PSICOPEDAGOGIA X PSICOLOGIA: ENTENDA AS DIFERENÇAS
Quando algo com seu filho não vai bem — notas caindo, dificuldade em aprender, ansiedade — muitos pais se perguntam: "Será que meu filho precisa de apoio psicológico ou psicopedagógico?
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Se você percebe que precisa de ajuda para entender, ou identificar, as dificuldades que seu filho(a) pode estar enfrentando e ajudá-lo a superá-las, saiba: essa dúvida é muito mais comum do que parece. E ela faz sentido! Afinal, estamos falando de duas áreas que, apesar de caminharem lado a lado, têm abordagens, formações e focos diferentes quando o assunto é o desenvolvimento infantil e adolescente.
Nesse artigo, queremos te ajudar a entender melhor o papel da psicopedagogia e da psicologia - como elas se diferenciam, e por que esses profissionais podem ser peça-chave para prevenir maiores dificuldades, promover autoconhecimento e ajudar seu filho a ter mais leveza e autoestima no processo de aprender e viver.
OLHARES PARECIDOS, PORÉM DISTINTOS
PSICOLOGIA
A psicologia concentra-se na compreensão da mente e do comportamento humano, com foco na saúde emocional e no bem-estar psíquico. Em essência, ela está voltada para o "sentir" e o "ser" da criança e do adolescente. Ou seja, o psicólogo que trabalha com crianças e adolescentes atua em diversas áreas, mas seu foco é o desenvolvimento emocional, ajudando seu paciente com questões de autoestima, relacionamentos interpessoais, ansiedade, depressão e outros desafios de saúde mental.
Já no contexto escolar, o psicólogo também pode oferecer suporte individual ou em grupo, e nesse caso, a sua função será orientar pais e professores sobre questões comportamentais e emocionais que impactam o aprendizado e o bem-estar geral, e, claro, atuar na prevenção e no combate à violência escolar, o bullying e intervir em situações de crise.
Também é importante ter em mente que a psicologia oferece algumas diferentes opções de abordagens terapêuticas - por exemplo, a comportamental, a psicanalítica, a humanista, dentre outras - e a escolha tanto do profissional quanto da abordagem, deve levar sempre em consideração as necessidades específicas da criança ou adolescente, respeitando a identificação da família com a linha de trabalho.
PSICOPEDAGOGIA
A psicopedagogia é uma área híbrida que une conhecimentos da pedagogia e da psicologia para investigar como cada indivíduo aprende e por que, em alguns casos, esse processo não acontece como deveria. Assim, ela atua na interface entre os processos cognitivos e emocionais envolvidos na aprendizagem; investigando como a criança ou o adolescente aprende, identificando as causas das dificuldades que possam surgir. Seu olhar considera tanto os aspectos cognitivos (como atenção, memória, raciocínio) quanto os emocionais (motivação, autoestima, ansiedade) e o contexto em que o aprendizado acontece (família, escola, ambiente social). Seu trabalho visa criar pontes entre o sentir e o pensar, fortalecendo a relação da criança ou do adolescente com o próprio processo de aprender.
Assim, a psicopedagogia busca compreender os bloqueios no processo do aprender, identificando se eles são de ordem emocional, metodológica ou cognitiva. Identificada a fonte, a psicopedagogia desenvolve intervenções personalizadas para promover um aprendizado mais eficaz e prazeroso.
E, caso você esteja pensando assim: preciso de exemplos práticos.
Aqui vão eles:
A psicopedagogia não é indicada apenas quando há um diagnóstico específico. Ela é valiosa também em momentos de transição - como mudança de escola, por exemplo - ou em casos de desmotivação, baixa autoestima relacionada ao aprendizado, dificuldades com rotina de estudos ou conflitos internos que atrapalham sua capacidade de aprender, sua concentração. Sabe aquela criança que não gosta de ler, que chora na hora da lição de casa, que se acha burra ou incapaz? Então, a psicopedagogia pode — e deve — atuar ali. Antes que esse sentimento se transforme em rótulo.
A psicopedagogia ajuda a criança ou adolescente a se conhecer como aprendiz, fortalece a autoestima e o prazer em aprender, envolve a família e a escola nesse processo de mudança, criando pontes entre o sentir e o pensar, promovendo aprendizado significativo e libertador.
A psicologia, por sua vez, está focada nas questões emocionais, que podem surgir em qualquer fase da vida e impactar o bem-estar, o desenvolvimento e a saúde mental de todos nós. Se seu filho está passando por um período de maior ansiedade, angústia, mudanças significativas na família, dificuldades em fazer amigos ou se demonstra tristeza frequente, é o psicólogo quem pode oferecer um espaço seguro para explorar esses sentimentos e desenvolver estratégias de enfrentamento, mesmo que não haja um transtorno diagnosticado.
A psicologia proporciona um espaço para a compreensão e elaboração das emoções, fortalece a saúde mental e o bem-estar emocional, auxilia no desenvolvimento de habilidades sociais e de enfrentamento e oferece suporte em momentos de crise ou transição.
Por fim, vale deixarmos aqui um ponto importante a refletir:
Se aprender é um ato emocional, por que tantas vezes ainda olhamos para as dificuldades escolares como se fossem somente falhas de atenção ou preguiça?
As vezes, uma criança não precisa de mais cobranças, mas de alguém que a ajude a se reconectar com sua própria potência – seja através da compreensão de como ela aprende (psicopedagogia) ou do suporte emocional para lidar com os seus desafios pessoais (psicologia).
A psicopedagogia e a psicologia são caminhos de escuta, presença e construção de novas possibilidades, cada uma com seu foco e sua expertise, trabalhando em prol do desenvolvimento saudável e integral de crianças e adolescentes.
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Nos vemos na próxima semana.
Até lá!